Têxto e ilustrações de Abel Fernandes
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O PINTOR O PINTOR O PINTOR O PINTOR
1
O nome Nicolay Tim, jovem pintor de 23 anos, já constava em alguns catálogos. Já havia ganho diversos prêmios em salões, inclusive a tão cobiçada Medalha de Ouro. O estilo era o acadêmico. Pintava flores, naturezas mortas, gente, animais, paisagens... Era bom em água. Suas marinhas, rios, lagos, eram excelentes! Conhecia uma técnica maravilhosa de pintar águas que aprendeu com um dos seus mestres.
Estudara com quatro professores. Um de desenho, outro paisagista, um figurativista e um mestre em naturezas mortas... Praticara durante quatro anos com esses quatro artistas consagrados. O paisagista é que lhe ensinara a pintar águas.
2
Um dia o mestre chamou seus alunos e disse:
--- Hoje vamos aprender a pintar água. Poucos sabem esse segredo. Mas vou ensinar-lhes! Se vocês aprenderem serão os melhores marinhistas! Mas devem praticar muito! Água, na verdade, não tem cor! É transparente, ou lamacenta, ou esverdeada, conforme o lugar onde estão. Mas se pintarem da cor que são, não parecerão água... Parecerão tudo, menos água. Na verdade, a água vista de longe, é um espelho... Reflete tudo o que há em sua volta se estiver parada. Mesmo em movimento, também é um espelho fragmentado... Prestem bem atenção. Água é reflexo! É brilho, luz, nuances... É como um camaleão. Assume as cores do seu habitat natural. Portanto, quando forem pintar paisagens com água, pintem tudo em sua volta, menos a água. No lugar da água, deixem um vazio... Depois de pintarem todo o quadro, o céu, as nuvens, as montanhas, árvores, pedras, coisas, casas, etc., com a tinta que sobrar na paleta, usem-na para pintar a água. Vão espelhando tudo. Não se esqueçam. Água é espelho! É reflexo! É camaleão furta-cor.
E assim Nicolay Tim aprendeu a pintar marinhas! Suas marinhas eram lindas! E os outros temas também.
3
Nicolay Tim comercializava seus quadros numa praça, aos domingos. Vendia por uma bagatela de duzentos reais os maiores e cem os menores. Isso quando vendia! As vezes ficava dois, três domingos sem vender! Não passava muito apuro existencial porque era solteiro. Morava com os pais. Seu pai é que lhe ensinara os primeiros rudimentos do desenho. Seu Hugo, nome do pai de Tim, era excelente desenhista. Mas nunca seguiu carreira. Nunca estudou... Desenhava apenas por prazer. E desde que Tim se viu capaz de
segurar um lápis, começou a ensinar-lhe a desenhar. Trazia papéis da gráfica onde trabalhava. E o menino passava os dias desenhando. Daí pegou gosto pela coisa e aos dezoito entrou numa escola de artes plásticas financiada pelo seu tio rico, que apreciava muito seus trabalhos.
Um dia o mestre chamou seus alunos e disse:
--- Hoje vamos aprender a pintar água. Poucos sabem esse segredo. Mas vou ensinar-lhes! Se vocês aprenderem serão os melhores marinhistas! Mas devem praticar muito! Água, na verdade, não tem cor! É transparente, ou lamacenta, ou esverdeada, conforme o lugar onde estão. Mas se pintarem da cor que são, não parecerão água... Parecerão tudo, menos água. Na verdade, a água vista de longe, é um espelho... Reflete tudo o que há em sua volta se estiver parada. Mesmo em movimento, também é um espelho fragmentado... Prestem bem atenção. Água é reflexo! É brilho, luz, nuances... É como um camaleão. Assume as cores do seu habitat natural. Portanto, quando forem pintar paisagens com água, pintem tudo em sua volta, menos a água. No lugar da água, deixem um vazio... Depois de pintarem todo o quadro, o céu, as nuvens, as montanhas, árvores, pedras, coisas, casas, etc., com a tinta que sobrar na paleta, usem-na para pintar a água. Vão espelhando tudo. Não se esqueçam. Água é espelho! É reflexo! É camaleão furta-cor.
E assim Nicolay Tim aprendeu a pintar marinhas! Suas marinhas eram lindas! E os outros temas também.
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Nicolay Tim comercializava seus quadros numa praça, aos domingos. Vendia por uma bagatela de duzentos reais os maiores e cem os menores. Isso quando vendia! As vezes ficava dois, três domingos sem vender! Não passava muito apuro existencial porque era solteiro. Morava com os pais. Seu pai é que lhe ensinara os primeiros rudimentos do desenho. Seu Hugo, nome do pai de Tim, era excelente desenhista. Mas nunca seguiu carreira. Nunca estudou... Desenhava apenas por prazer. E desde que Tim se viu capaz de
segurar um lápis, começou a ensinar-lhe a desenhar. Trazia papéis da gráfica onde trabalhava. E o menino passava os dias desenhando. Daí pegou gosto pela coisa e aos dezoito entrou numa escola de artes plásticas financiada pelo seu tio rico, que apreciava muito seus trabalhos.
Um comentário:
oi Abel, bom dia. Espero que esteja bem. Acessei e li seus blogs e, com isso, pude conhecê-lo melhor. Bem interessante sua trajetáoria de vida e sua visceral ligação com a arte. Se ainda estiver na ativa, tenho interesse de conhecer seu comércio de objetos. Grato pela gentileza do envio da indicação dos blogs. Um abraço, Paulo Bourroul (UDV-NSJB).
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